sábado, 4 de junho de 2011

Impulsivamente disse-lhe grosseiras. Cada palavra proferida ressoava como um tapa. Um golpe certeiro.
Assim foi no decorrer da noite.Minuto a minuto. Abusos, absurdos, palavras feias e sentimentos rebentados. Excederam-se todos os limites, como se nada daquilo importasse. Como se ele não importasse.
Chegado ao fim do massacre pôs-se a retirar furtivamente. Fugia como alguém que a pouco tivera a paz roubada. Furtaram-lhe o sossego e o sentido de tudo... Estando só, iniciara-se o martírio, o auto-flagelo. Por fim, brotou-lhe dos olhos a gota de orvalho insalubre com sabor de desgosto. Urrava em desespero. Submisso à situação, assim permaneceu até o romper do amanhecer, para que então, já exausto, caísse atordoado.

Genocídio em Pasárgada.


Vou-me embora, para onde?

O reinado caiu, seu governante amigo fora esquartejado. Dá-se inicio a rebelião. Jovens confusos espalham o caos pelas vielas de sua cidade. ANARQUIA, é o que gritam. Uivam como lobos afoitos, idiotas perdidos, cuja identidade fora apagada pela debilidade mental. Sua mulher violentada, agora pari uma criança não desejada. Que esperar, senão mais um bastardo pelo mundo abandonado?

Vou-me embora, para onde?

Teu processo jaz na desordem. Sua educação é débil, sua justiça é falha e seu reinado é decadente. Mas espere! Lá adiante chegará a nossa salvação!

Não! Não! É o fim!

A guerra química prolifera-se, ceifando vidas inocentes. A morte é eminente. Há corpos sepultados, há cadáveres jogados. Mães clamam por piedade, pela alma corrompida de seus filhos. Destruição!

Vou-me embora, para o inferno.

E por fim explode-se o medo, numa massiva e gigantesca bola de pavor. Morremos.